N.123 | 16 de Dezembro de 2014

Nova seção no Alerta

DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Em busca do diálogo entre as Ciências

 

 

A seção Diálogos se destina a fomentar a interação entre pesquisadores/autores, de distintas áreas do conhecimento, que disponibilizam o conteúdo de sua produção no Repositório Institucional da UFBA. Boa leitura!

 

Alerta é uma publicação do Núcleo de Disseminação do Conhecimento (NDC) e destina-se a divulgar a produção acadêmica da UFBA registrada no seu Repositório Institucional. O Núcleo foi criado e é mantido pelo Grupo Gestor do Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia (RI/UFBA). Para mais informações e para acessar todas as edições do Alerta, visite: www.ndc.ufba.br.

 

DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Em busca do diálogo entre as Ciências

 

Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva (RS), professor do Instituto de Ciência da Informação, Instituto de Ciência da Informação Universidade Federal da Bahia (UFBA) dialoga com Pablo Sotuyo (PS) professor da Escola de Música da UFBA. 

RS - Como foi o percurso que o levou da música propriamente dita à pesquisa histórica sobre a música brasileira? Qual o período e a temática de seu maior interesse acadêmico?

PS - Foi um percurso bastante natural já que, como compositor, sempre me interessei pelo processo criativo musical, sobretudo no que diz respeito a de onde vem os materiais utilizados pelos compositores nas suas obras. Dito interesse me levou, na minha tese de doutorado, a desenvolver e aplicar analiticamente o conceito de Modelos Pré-Composicionais (MPC) como ponto de partida sine qua non para o entendimento da produção musical de qualquer compositor em quaisquer períodos históricos, no local que for. Nesse sentido, não tenho um período histórico de maior interesse musical, me interessando apenas em promover uma mudança (por insignificante que for) no discurso historiográfico relativo à música no Brasil, sobretudo, no que diz respeito ao papel que a Bahia (e o Nordeste em geral) jogaram (e ainda jogam) nesse processo, cuja relevância ainda não aparece na sua devida dimensão.  

 

RS - Com relação à sua bem sucedida ação internacional em pesquisas cujas temáticas caracterizam a área da Ciência da Informação, em especial a subárea da Arquivologia, como avalia as eventuais potencialidades e possíveis fragilidades da formação de arquivistas para atuarem no campo da documentação musical, ou musicográfica, ou musicológica? Quais as principais diferenças entre esses conceitos?

PS - O meu interesse pela Ciência da Informação aplicada em música surgiu perante a constatação, no fim do século passado, do nível de desatualização e fragilidade na gestão e tratamento da informação musical constante em documentos muito necessários à pesquisa musicológica no Brasil, por parte dos profissionais da Ciência da Informação (notadamente arquivistas e bibliotecários) naquele momento. Sobretudo, quando comparada com a situação da documentação musical em outros âmbitos fora do Brasil. Nesse sentido, o trabalho desenvolvido pela ação multidisciplinar da Sociedade Internacional de Musicologia (IMS em inglês) com a Associação Internacional de Bibliotecas, Arquivos e Centros de Documentação em Música (AIBM ou IAML, na sua versão em inglês), junto aos projetos internacionais correlatos que ditas instituições promovem e apoiam (dentre os quais destaco o do Repertório Internacional de Fontes Musicais – RISM) nos forneceu o ponto de partida para um entendimento multi- e interdisciplinar do potencial impacto que a capacitação adequada dos profissionais da CI teria, não apenas sobre a documentação musical em si, mas também sobre a pesquisa em música em geral em âmbito brasileiro. Para isso, deve-se entender que, no universo da informação registrada em suportes documentais, a música, na nossa cultura, apresenta duas dimensões de informação mutuamente imbricadas: uma fenomenológica (registrada em documentos audiovisuais e sonoros) e outra semiológica (constante em documentos musicográficos). Assim, surgem claramente três conjuntos documentais de suma importância para o musicólogo. No meio ao total de documentos de interesse para o musicólogo, pode-se identificar aqueles que apresentam informação musical (fenomenológica ou semiológica). Dentro desse conjunto de documentos musicais, os musicográficos identificam apenas aqueles que dão suporte à informação musical de natureza semiológica, isto é, aquela escrita em notação musical ou equivalente. Tais conceitos poderão ser melhor entendidos no livro Documentação audiovisual, iconográfica, sonora e musical: reflexões e propostas na CTDAIS-CONARQ, a ser publicado no próximo ano, muito provavelmente pela Edufba.

 

RS - Fale-nos um pouco da Câmara Técnica da qual faz parte no âmbito do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) e da relevante discussão sobre a inserção do conceito de documentação musical naquele foro, indicando-nos suas próximas ações acadêmicas.

PS - A Câmara Técnica de Documentos Audiovisuais, Iconográficos e Sonoros (CDTAIS), que funciona desde 2010 no âmbito do CONARQ representa uma das pedras angulares nesse processo de atualização multidisciplinar (tanto do lado da CI quanto da Musicologia) no Brasil. Convidado a participar em representação da UFBA, percebi desde o início o caráter de espaço privilegiado para as discussões e normalizações terminológicas tão necessárias aos nossos campos no Brasil. Durante esses quatro anos, foi possível desenvolver um conjunto de termos e conceitos (disponíveis no Glossário de termos técnicos publicado pelo CONARQ) que ampliamos e aprimoramos no acima referido livro. Uma vez estabelecido esse “chão” terminológico, iniciamos o processo de adequação das normas internacionais de catalogação descritiva de documentos musicográficos a fim de atender as especificidades dessa mesma documentação no Brasil, junto ao desenvolvimento das ferramentas tecnológicas a ela necessariamente vinculadas, promovendo ações de capacitação e atualização entre os profissionais da CI e da Musicologia. Processo semelhante vem sendo realizado em torno da documentação iconográfica relativa à música. Afinal de contas, nós, os musicólogos, não queremos ocupar espaços que não nos pertencem. Estamos apenas chamando à atenção não apenas para o resgate e resguardo da nossa memória cultural musical, mas também, para um campo de trabalho em franco desenvolvimento no mundo e com grande potencial de absorção de Arquivistas e Bibliotecários devidamente capacitados no Brasil.

 

ACERVO

 

Exclusão digital

É um conceito dos campos teóricos da Comunicação, Sociologia, Tecnologia da Informação e outras humanidades, que diz respeito às extensas camadas das sociedades que ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da expansão das redes digitais. Em contraste com esse conceito, tem-se a inclusão digital. A exclusão digital é atualmente um tema de debates entre governos, organizações multilaterais − Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial do Comércio  (OMC) − e o terceiro setor (organizações não governamentais (ONGs) e entidades assistencialistas). Políticas de inclusão digital incluem a criação de pontos de acesso à internet em comunidades carentes (favelascortiços, ocupações e assentamentos) e capacitação (treinamento) de usuários de ferramentas digitais (computadores, DVDsvídeo digitalsom digitaltelefonia móvel).  No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais:

 

"Tá vendo aquele edifício moço?": a especificidade da inclusão digital para trabalhadores da construção civil não alfabetizados

Santos, Amaleide Lima dos

 

Comunicação, novas tecnologias e inclusão digital: uma análise dos projetos realizados na Bahia

Costa, Leonardo Figueiredo

 

A implementação das políticas públicas brasileiras de inclusão digital

Winkler, Ingrid

 

Pontos de inclusão digital baianos: uma análise sob a perspectiva da abordagem cognitiva baseada na convergência de recursos

Neves, Barbara Coelho

 

Inclusão Digital Polêmica Contemporânea

Bonilla, Maria Helena Silveira

Pretto, Nelson De Luca

 

 

Clima

O clima (do grego para “inclinação”, referindo-se ao ângulo formado pelo eixo de rotação da terra e seu plano de translação) compreende um padrão dos diversos elementos atmosféricos que ocorrem na Terra. Fenômenos como frentes frias, tempestades e furacões estão associados tanto às variações meteorológicas previstas pelas leis físicas determinísticas, assim como a um conjunto de variações aleatórias dos elementos meteorológicos, como temperatura, precipitação, vento, umidade e pressão do ar, onde a principal ferramenta de investigação é a estatística. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais:

 

Mapeando as condições de conforto térmico em Salvador

Moura, Tereza

Nery, Jussana
Andrade, Telma
Katzschner, Lutz

 

O clima e o traçado urbano na colonização da América

Klüppel, Griselda Pinheiro

 

Climas

Botelho, Joaquim Antônio de Oliveira

 

Que causas podem modificar o clima de uma localidade?

Pereira, Jerônimo Sodré

 

Mudanças climáticas e recursos hídricos na Bahia: validação da simulação do clima presente do HadRM3P e comparação com os cenários A2 e B2 para 2070-2100

Tanajura, Clemente Augusto Souza

Genz, Fernando
Araújo, Heráclio Alves de

 

 

Pólen

Conjunto dos minúsculos grãos produzidos pelas flores das angiospermas ou pelas pinhas masculinas das gimnospermas. Seu nome deriva do grego pales, que significa farinha ou pó. São normalmente arredondados e muitos pequenos. O menor grão de pólen conhecido é o do Mysotis, com cerca 0, 006 mm de diâmetro. Através do pólen, é produzida a geléia real. Possui uma grande proporção de proteínas, todos os aminoácidos e numerosas vitaminas. O pólen é a principal fonte de alimento das abelhas. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais:

 

Fornecimento de substituto de pólen na redução da mortalidade de Apis mellifera L. causada pela Cria Ensacada Brasileira

Castagnino, Guido Laércio Bragança

Message, Dejair

Marco Júnior, Paulo de

 

Fontes de pólen utilizadas por Apis mellifera L. e algumas espécies de Trigonini (apidae) em Piracicaba (SP)

Carvalho, Carlos Alfredo Lopes de

Marchini, Luís Carlos

Ros, Patrícia Benites

 

 

Compostos bioativos do pólen apícola produzido por apis mellifera L.

Menezes, Jeane Denise de Souza

 

Avaliação das características físico-químicas e microbiológicas do pólen da Melipona scutellaris Latreille submetido a diferentes processos de desidratação

Ferreira, Rodrigo da Cruz

 

Espectro polínico de amostras de mel de Apis Mellifera L., coletadas na Bahia

Moreti, Augusta Carolina de Camargo Carmello

Carvalho, Carlos Alfredo Lopes de

Marchini, Luís Carlos

Oliveira, Patrícia Cantalino Fernandes de