N. 126 | 20 de janeiro de 2015

Nova seção no Alerta

DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Em busca do diálogo entre as Ciências

 

 

A seção Diálogos se destina a fomentar a interação entre pesquisadores/autores, de distintas áreas do conhecimento, que disponibilizam o conteúdo de sua produção no Repositório Institucional da UFBA. Boa leitura!

 

Alerta é uma publicação do Núcleo de Disseminação do Conhecimento (NDC) e destina-se a divulgar a produção acadêmica da UFBA registrada no seu Repositório Institucional. O Núcleo foi criado e é mantido pelo Grupo Gestor do Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia (RI/UFBA). Para mais informações e para acessar todas as edições do Alerta, visite: www.ndc.ufba.br.

 

DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Em busca do diálogo entre as Ciências

 

Edson Delmonte (ED) professor da Faculdade de Comunicação  da Universidade Federal da Bahia dialoga  com  Edvaldo Souza Couto (EC) professor da Faculdade de Educação da UFBA.

 

ED - Sobre a relação entre educação e novas tecnologias: para uns, as novas tecnologias representam um ponto de fuga em relação ao espaço consolidado da sala de aula; para outros, a atual realidade pode marcar uma profunda transformação e conduzir à superação do atual modelo. Que pensa sobre tal dicotomia?

EC - Essa dicotomia é falsa. A escola sempre foi o lugar das tecnologias. Quadro negro, giz, cadeiras, mesas, carteiras, lápis, canetas, cadernos, livros, etc., são tecnologias que sempre estiveram presentes nas salas de aulas. Cada época tem as suas tecnologias e elas organizam a sociedade, a cultura, a educação. O que acontece é que essas tecnologias tradicionais não são mais suficientes para organizar as dinâmicas da nossa vida, muito menos das ações pedagógicas. Elas não desapareceram, mas precisaram se misturar com outras mais recentes, típicas da nossa época, as chamadas tecnologias digitais. Então, além de televisão, rádio e vídeo, são os computadores, tablets, laptops, smartphones e seus diversos ambientes de redes, blogues, sites, redes sociais digitais, jogos eletrônicos, etc., que também começam a fazer parte das escolas e estruturam os modos de ensinar e aprender, os jeitos de produzir e compartilhar conhecimentos. Toda tecnologia produz transformações intensas na vida das pessoas. Essas tecnologias digitais e móveis certamente estão construindo as escolas na chamada sociedade em rede.

 

ED - E quanto aos investimentos em educação no contexto das novas tecnologias: professores estão sendo capacitados e espaços repensados e equipados?

EC - Aqui os problemas são inúmeros. O país é muito grande, com realidades tão diversas em cada lugar. As necessidades e carências nas escolas, principalmente as públicas, são imensas. As deficiências de infraestrutura estão por toda parte. São muitas as escolas em áreas rurais e urbanas mais empobrecidas sem energia elétrica, sem água potável, sem livros e sem bibliotecas. As políticas públicas para equipar as escolas com tecnologias de comunicação e informação são muito limitadas, insuficientes e excessivamente burocratizadas. Os equipamentos demoram para chegar na maioria das escolas. Quando chegam, são quase sempre defasados, sucatas tecnológicas. E chegam quase sempre em poucas escolas, em projetos pilotos. Essa realidade se complica quando se junta a outras igualmente perversas: falta de banda larga, falta de profissionais, de manutenção e de formação de gestores e professores para o uso criativo dessas tecnologias. Ao contrário do livro didático, que vem pronto, usar ambientes de redes e promover a conectividade de todos os envolvidos com a vida escolar: gestores, funcionários, pais, professores e alunos continuam um imenso desafio porque é preciso valorizar a liberdade de usos e a criatividade para a produção coletiva de saberes. As transformações educacionais que devemos viver intensamente na atualidade são marcadas por essa condição: deixarmos de ser consumidores de saberes prontos, que chegam com livros didáticos, apostilas, discursos de gestores e professores etc. Para sermos construtores e difusores em processos livres, coletivos e colaborativos dos saberes. A participação de todos é fundamental para fazer educações, sempre no plural. Então duas frentes se misturam: de um lado precisamos de políticas públicas para equipar as escolas com as tecnologias digitais e, ao mesmo tempo, de políticas continuadas de gestores e professores para usos livres e criativos de saberes. Os investimentos ainda são muito tímidos. Várias políticas são sabotadas pelo próprio governo, como o UCA, um computador por aluno. Essas políticas necessárias não podem ser isoladas de uma outra que é urgente: melhorar a capacitação e formação dos professores deve ser igualmente valorizar a carreira docente, remunerar adequadamente os profissionais da educação. O professor precisa ser bem remunerado para ter acesso aos equipamentos tecnológicos, precisa trabalhar menos e ter mais tempo para aprender as linguagens tecnológicas que surgem a cada momento e precisa ser livre para usar as tecnologias móveis em salas de aula. Parece simples o que estou dizendo, mas em muitos estados, inclusive aqui na Bahia, deputados tentam aprovar leis proibindo o uso dos celulares nas salas de aula. Essa gente não entende que sem conexão permanente e de qualidade não se faz mais educações.

 

ED - E quanto a transformações já ocorridas na educação em decorrência das novas tecnologias: é possível elencar exemplos positivos e negativos?

EC - A falta de conexão é o que pode ter de mais negativo para escola do século XXI. De outro lado, onde tem tecnologias de comunicação e informação, onde tem tecnologias digitais e gente conectada, encontramos exemplos bem sucedidos nos inúmeros processos de ensino e aprendizagem. As mudanças são extraordinárias. Alguns exemplos:

1. Acesso rápido a uma multiplicidade de temas e abordagens diferentes sobre os assuntos estudados. Agora ninguém fica mais restrito às informações super limitadas contidas num livro didático ou em qualquer outro texto, impresso ou visual. Cada sujeito conectado pode, rapidamente, encontrar variadas fontes de informação, em formatos diferentes: textuais, fotográficas, videográficas, etc. Pode misturar, recombinar essas informações e produzir outros discursos e argumentos, pode criar e compartilhar diferentes produtos.

2. Aprender pela repetição é coisa do passado. A aprendizagem, onde as pessoas estão conectadas, se dá de modo amplo e coletivo. Os espaços para trocas de informações e saberes se multiplicam. A aprendizagem não fica mais restrita ao que acontece num mundo fechado e isolado de uma sala de aula. A sala de aula agora, com sujeitos conectados, é aberta, todos estão em continuo diálogo com os presentes e com muitas outras pessoas, em qualquer lugar do mundo, em qualquer cultura, que tenham interesses em debater determinados assuntos, em criar juntas soluções para determinados problemas, em criar produtos, subjetividades e modos de viver. Então a escola conectada é o lugar da pesquisa. As pessoas ensinam e aprendem juntas, pesquisando. É o prazer de pesquisar que sintetiza a escola na era das conectividades.

3. Esse ato continuo da pesquisa como processo de ensino e aprendizagem nos coloca outro ponto fascinante: educações personalizadas. Antes, na chamada educação em massa e para as massas, todos os alunos, ao mesmo tempo, num mesmo lugar – a sala de aula – e a partir de informações super reduzidas, realizavam as mesmas tarefas. Quando as escolas e os sujeitos estão conectados, em redes de ensino e aprendizagens, esse antigo modelo não faz mais sentido. Agora cada um pode construir seus percursos de pesquisas, seus caminhos e problemáticas, suas descobertas. Os estudos, em grupos de afinidades, são realizados a partir das motivações pessoais e das infinitas trocas entre os sujeitos aprendentes. Só esse fato deve ser uma fonte de estímulo para as pesquisas, descobertas e criações.

4. O professor tem uma importância fundamental nesses novos processos de ensinar e aprender colaborativamente. Ele não é mais o velho transmissor de saberes limitados, fechados e arrumadinhos. Ele agora é um coordenador de múltiplas atividades que todos desenvolvem coletivamente. Ele é um coordenador e um incansável incentivador e orientador de pesquisas. Ele trabalha conectado com colegas, pais e alunos. Ele trabalha em redes colaborativas.

Esses pontos listados e comentados traduzem alguns dos aspectos importantes das transformações que estamos vivendo na cibercultura. Onde tem pessoas conectadas e livres para pesquisar e criar encontramos a escola se renovando, se adaptando e construindo o mundo dinâmico e plural em que vivemos.

 

ACERVO

Ações afirmativas

São medidas especiais e temporárias, tomadas ou determinadas pelo Estado, espontânea ou compulsoriamente, com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento, bem como de compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros. Portanto, visam combater os efeitos acumulados em virtude das discriminações ocorridas. Foi um dos primeiros conceitos surgidos no Brasil dentro do Grupo de Trabalho Interdisciplinar (GTI), criado no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1995. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos para este tema, entre os quais:

 

Políticas de ação afirmativa na educação brasileira: estudo de caso do programa de reserva de vagas para ingresso na Universidade Federal da Bahia

Aragão, José Wellington Marinho de

Boaventura, Edivaldo Machado

 

Ações afirmativas: aplicação às políticas de saúde para população negra

Sant’ Anna, Lívia Maria Santana e

 

Programa de Ações Afirmativas na UFBA à luz da visibilidade midiática no ambiente virtual: entre ações institucionais e percepções dos sujeitos (estudo de caso do curso de odontologia)

Décia, Ana Cristina Muniz

 

Permanecer na universidade: uma análise etnometodológica sobre estudantes de origem popular na UFBA

Carneiro, Ava da Silva Carvalho

Sampaio, Sônia Maria Rocha

 

Análise da política de costas para negros nas universidades públicas na abordagem da teoria econômica

Luz, Robenilton dos Santos

 

Cobre

É um elemento químico de símbolo Cu (do latim cuprum), número atômico 29 (29 prótons e 29 elétrons) e de massa atômica 63,6u e à temperatura ambiente encontra-se no estado sólido. Classificado como metal de transição, pertence ao grupo 11 (1B) da Classificação Periódica dos Elementos. É um dos metais mais importantes industrialmente, de coloração avermelhada, dúctil, maleável e bom condutor de eletricidade. Conhecido desde a pré-história, o cobre é utilizado, atualmente, na produção de materiais condutores de eletricidade (fios e cabos), e em ligas metálicas como latão e bronze. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais:

 

Práticas ambientais sustentáveis na indústria metalúrgica do cobre: proposta de uso de indicadores de ecoeficiência

Santos, José Rafael de Lima Xavier

 

Determinação de impurezas em cobre eletrolítico por espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado

Barbour, Reinaldo

 

Efeito do lantânio nas propriedades de catalisadores de cobre, cério e zircônio, na reação de PROX

Moura, Jadson Santos

 

Oxidação preferencial de monóxido de carbono (prox) sobre catalisadores de Cu e Ce suportados em diferentes matrizes

Nascimento Júnio, José Vieira

 

UTI

A Unidade de Tratamento Intensivo ou Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) é uma estrutura hospitalar caracterizada como "unidade complexa dotada de sistema de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham possibilidade de se recuperar", de acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). É um ambiente de alta complexidade, reservado e único no ambiente hospitalar, já que se propõe estabelecer monitorização completa e vigilância 24 horas. O profissional que se dedica a esta modalidade de atendimento chama-se intensivista. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais:

 

Vivência da responsabilidade da enfermeira no cuidado ao paciente crítico na UTI

Lima, Ana Clara Barreiros dos Santos

 

Gestão de qualidade: análise do grau de implantação em uma UTI

Pimentel, Luciana Reis

 

Tratamento do delirium hipoativo em pacientes graves na UTI: uma revisão sistemática.

Bouza, Cesar Brito

 

Nível de conforto de familiares de pessoas internadas em Unidade de Terapia Intensiva

Gibaut, Mariana de Almeida Moraes

 

Perfil dos pacientes excluídos nos ensaios clinicos randomizados multicêntricos em UTI

Ramos, Felipe Almeida