N.136 | 7 de Abril de 2015

Nova seção no Alerta

DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Em busca do diálogo entre as Ciências

 

A seção Diálogos se destina a fomentar a interação entre pesquisadores/autores, de distintas áreas do conhecimento, que disponibilizam o conteúdo de sua produção no Repositório Institucional da UFBA. Boa leitura!

 

Alerta é uma publicação do Núcleo de Disseminação do Conhecimento (NDC) e destina-se a divulgar a produção acadêmica da UFBA registrada no seu Repositório Institucional. O Núcleo foi criado e é mantido pelo Grupo Gestor do Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia (RI/UFBA). Para mais informações e para acessar todas as edições do Alerta, visite: www.ndc.ufba.br.

 

DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Em busca do diálogo entre as Ciências

 

 

O professor Jairnilson Paim (JP) do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) dialoga com o professor Othon Jambeiro (OJ), professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Faculdade de Comunicação da UFBA. 

 

(JP) Caro Othon, seu projeto de pesquisa atual toma como objeto as tecnologias de informação e comunicação (TICs) e as cidades, tematizando a participação civil e a transparência de gestão. Ao privilegiar na sua análise a disponibilidade dos planos diretores municipais nos websites, ainda seria possível pensar numa articulação entre planejamento e democracia? Que tipo de planejamento para uma democracia substantiva? Este planejamento poderia corresponder a uma ferramenta para a conquista do "direito à cidade"?

 

(OJ) Somente quando os cidadãos são informados conseguem participar ativamente da tomada de decisões e influenciar o planejamento e a execução de ações do poder público. O acesso a informação constitui a condição sine qua no para que o cidadão possa cumprir seus deveres e usurfruir de seus direitos. O desenvolvimento de tecnologias avançadas de informação e comunicação (TICs)  vem ajudando a equacionar este problema, vez que elas agilizam a produção, organização, armazenamento e disseminação da informação, dentro e fora dos órgãos públicos. E permitem que informações produzidas por diversas instituições gorvernamentais sejam ampla e rapidamente divulgadas. Em termos conceituais, meu projeto de pesquisa atual se insere na perspectiva teórica da relação entre cidades, cidadania, democracia, informação e comunicação no contexto da chamada Sociedade da Informação. As instituições políticas econônicas e sociais do município são focadas como loci primários de prática democrática e, como tais, formadoras de cidadãos. Informação e comunicação são consideradas fatores-chave para o exercício da cidadania e , consequentemente, ampliação e aprofundamento da democracia. Daí espera-se que decorram não só processos democráticos de decisão, mas planejamento que, não apenas na forma, mas sobretudo no conteúdo sejam substanciais, em termos de atendimento as demnadas reais e eficácia em sua implementação. Importa também investigar o processo pelo qual os poderes públicos delimitam, articulam e arbitram os interesses conflitantes dos vários grupos sociais, em sua relação com o chamado interesse público. 

A questão do direito à cidade é mais complexa, porque, ao meu ver, demanda uma base educacional mais consistente do que a que temos. Falo em base educacional no sentido de um sistema educacional funcionando com currículos que incorporem a formação da cidadania, aí incluída a ética, os direitos e os deveres dos cidadãos, a civilidade e a gestão pessoal e grupal da crítica social e da participação cívica. Sem este processo de socialização dos indivíduos, continuada e buscando consolidação, desde a mais tenra idade, continuaremos nesta lenta, lentíssima e de eficácia limitada de conscientização das pessoas quanto ao seu “direito à cidade”, que, a rigor, é o direito (nunca esqueço de mencionar que é também dever) de viver em sociedade.

 

(JP) A Saúde Coletiva ao se distanciar do campo médico e ao construir alternativas para superar a Saúde Pública institucionalizada, tecnocrática e autoritária tem buscado dialogar com a Comunicação, inclusive construindo parcerias na UFBA, além de explorar TICs no ensino pesquisa e extensão. Presentemente, estamos implantando um Observatório de Análise Política em Saúde no Instituto de Saúde Coletiva. Na sua opinião, que estratégias poderiam ser acionadas pela universidade para contribuir na transformação das formas convencionais de comunicação em saúde?

 

(OJ)Este esforço do ISC em fazer avançar a Comunicação em Saúde, é elogiável e antigo. Para mim foi muito valiosa a participação em um curso sobre isto há alguns anos atrás, do qual você também participou. Não tenho, nos anos recentes refletido sobre isto nem participado de cursos ou outras atividades de comunicação em saúde. Mas tenho, apesar disto, opinião. Quanto aos meios de comunicação, por exemplo, creio que deveria haver maior presença de livros, cartilhas, folhetos, cartazes, material audiovisual nos locais de concentração de pessoas em busca de atendimento (consultórios, ambulatórios e outros) e também, embora mais esparsos, em locais de concentração de pessoas por outras razões (estádios, escolas e outros). Consultórios e ambulatórios, por exemplo, poderiam ter estantes de saúde pública, com este material, para leitura e consulta livres. Quanto ao conteúdo, insisto em que - embora se deva reconhecer que o direito à saúde é um conceito mais urgente, dada a precariedade do sistema de saúde pública - o outro conceito, o de dever, deve ser ressaltado, e não apenas dos casos de epidemia. De todo modo, posso estar errado, mas parece-me que nunca houve um esforço governamental, em qualquer nível, no sentido de formular uma política de comunicação em saúde abrangente, que pudesse ter implementação continuada, com acompanhamento e avaliação de resultados e, claro, correções de desvios.

 

(JP) No debate político recente no Brasil a democratização da comunicação ou o "controle social" da mídia vem sendo incorporada a agenda de certos partidos e movimentos sociais. Qual a análise que faria em relação à grande mídia que acusa tais propostas como um atentado à liberdade de imprensa?

 

(OJ)À, ao meu ver, um erro histórico no Brasil: o de considerar ser possível aos meios de comunicação serem neutros. Ingenuidade de alguns, esperteza de outros, esta concepção de imprensa continua disseminada e mesmo regulada pelo poder público! Acreditar nesta neutralidade, num equilíbrio de enfoque e abordagem dos fatos, na “objetividade”, enfim, é desconhecer a natureza humana. Impossível sermos neutros, individualmente e coletivamente. Nos Estados Unidos, por exemplo, mesmo as emissoras de rádio e TV, que são concessões do Estado, tiveram seu direito de tomar partido reconhecido pela Suprema Corte, que não apenas reconheceu o direito, foi além e afirmou ser obrigação delas assumirem posição clara sobre candidatos, partidos e tudo o mais, para que o leitor/ouvinte/telespectador não seja enganado. Isto ocorreu há cerca de 50 anos. Por outro lado, regular o que hoje se chama mídia demanda um esforço extraordinário de construção conceitual, que tem de abranger também tudo o que se entende por internet, a grande plataforma contemporânea sobre a qual desliza o mundo virtual, nele incluídos os meios tradicionais (jornais, rádios, TVs, cinema etc.) e novos meios de dificílimo controle (blogs, redes sociais, websites etc.). Não é sem razão que o PT e aliados chegaram ao governo cavalgando o que chamam de “democratização dos meios de comunicação” e 12 anos depois sequer conseguem conceituar o que é mesmo esta democratização.

 

 

ACERVO

 

SAÚDE

É um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doenças. Esse conceito foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). São classificadas em física e mental. A saúde de um indivíduo pode ser determinada pela própria biologia humana, pelo ambiente físico, social e econômico a que está exposto e pelos seus hábitos alimentares. Dia 7 de abril comemora-se o Dia Mundial da Saúde. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais: 

Informação e comunicação social em saúde: janelas abertas para a arte e para a vida

Paim, Jairnilson Silva

 

Tópicos em saúde, ambiente e trabalho: um olhar ampliado

Fernandes, Rita de Cássia Pereira
Lima, Mônica Angelim Gomes de
Araújo, Tânia Maria de

 

Práticas investigativas em atividade física e saúde

Campos, Helio José Bastos Carneiro de
Pitanga, Francisco José Gondim

 

Análise de incidência de benefício em saúde: estudo de caso do município de Senhor do Bonfim em 2005

Silva, Mauricio Barbosa

 

Subsistema de serviços de saúde na Bahia: mapeamento do mercado de serviços de saúde

Santos, Paulo Rodrigo Guimarães

 

BRIÓFITAS

Divisão do reino vegetal que reúne mais de 20 mil espécies de plantas terrestres ou epífitas (que crescem habitualmente sobre o solo, troncos de árvores e rochas de ambientes úmidos), caracterizadas pela presença de clorofila, ausência de vasos condutores de nutrientes, alternância de gerações e reprodução por esporos e células sexuais. Tradicionalmente, as briófitas incluem os musgos, as hepáticas e os antóceros. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais:

Musgos Pleurocárpicos da Chapada da Ibiapaba, Ceará, Brasil

Oliveira, Hermeson Cassiano de
Bastos, Cid José Passos

 

Musgos (Bryophyta) de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jibóia, município de Santa Terezinha, BA, Brasil

Valente, Emilia de Brito
Pôrto, Kátia Cavalcanti
Vilas Bôas-Bastos, Silvana Brito
Bastos, Cid José Passos

 

Briófitas de campos rupestres da Chapada Diamantina, Estado da Bahia, Brasil

Bastos, Cid José Passos
Yano, Olga
Bôas- Bastos, Silvana B. Vilas

 

Adições à flora de briófitas de Mato Grosso do Sul, Brasil

Yano, Olga
Bastos, Cid José P.

 

Musgos pleurocárpicos dos fragmentos de Mata Atlântica da Reserva Ecológica da Michelin, município de Igrapiúna, BA, Brasil. II - Hypnales (Bryophyta: Bryopsida)

Vilas Bôas-Bastos, Silvana B.
Bastos, Cid José Passos

 

 

FONOLOGIA

Ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma, focando-se no modo como os fones se organizam dentro de uma língua, classificando-os em unidades capazes de distinguir significados − chamadas fonemas −, do ponto de vista de sua função na língua (estabelecimento de pares opositivos, variantes posicionais, neutralização e arquifonema, possibilidades de combinações, dentre outros). No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos sobre este tema, entre os quais:

Consciência fonológica em adultos da EJA

Costa, Renata Gomes da

 

Proposta de instrumento para a avaliação fonológica da Língua Brasileira de Sinais: FONOLIBRAS

Costa, Roberto

 

Os parâmetros fonológicos: configuração de mãos, ponto de articulação e movimento na aquisição da língua brasileira de sinais - um estudo de caso

Bento, Nanci Araújo

 

A aquisição de ditongos no português brasileiro

Santos, Andréa Sena dos

 

Consciência corporal e preparação vocal: apontamentos para o trabalho de voz com alunos de artes cênicas

Silva, Elvira Fazzini da