N.142 | 19 de Maio de 2015

Nova seção no Alerta

DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Em busca do diálogo entre as Ciências

 

A seção Diálogos se destina a fomentar a interação entre pesquisadores/autores, de distintas áreas do conhecimento, que disponibilizam o conteúdo de sua produção no Repositório Institucional da UFBA. Boa leitura!

 

Alerta é uma publicação do Núcleo de Disseminação do Conhecimento (NDC) e destina-se a divulgar a produção acadêmica da UFBA registrada no seu Repositório Institucional. O Núcleo foi criado e é mantido pelo Grupo Gestor do Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia (RI/UFBA). Para mais informações e para acessar todas as edições do Alerta, visite: www.ndc.ufba.br.

 

DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Em busca do diálogo entre as Ciências

 

A professora Sonia Sampaio (SS) do Instituto de Artes e Humanidades Professor Milton Santos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) dialoga com o professor Nildo Ribeiro (NR) professor do Instituto Ciências da Saúde.

 

(SS) Sou usuária frequente de serviços de fisioterapia e acompanho, como cliente, o extraordinário desenvolvimento desse campo da saúde. Mas percebo que o fisioterapeuta ainda é pouco reconhecido pelos profissionais em medicina, como se o fisioterapeuta fosse uma espécie de prático, sem muita autonomia e que deve apenas seguir suas “recomendações”. Se eu não estiver enganada, o que gostaria, essa situação está se modificando em direção de uma integração real do fisio em serviços de saúde ou a pretensa supremacia da medicina se mantém inalterada, também entre vocês? 

 

(NR) A fisioterapia é uma ciência relativamente nova comparada a medicina, e pelo tempo de vida ainda temos um longo caminho a ser percorrido isso é um fato. Mas a sua percepção na verdade não é totalmente errada, pois em saúde ainda observamos uma hierarquia histórica e totalmente desvinculada do que se espera da prática integrada. Mas também é visível que essa atitude é unilateral, e de alguns profissionais que infelizmente querem deter o “poder” e acham que compartilhar conhecimento entre iguais significa se enfraquecer.

Por outro lado, profissionais que se atualizam e que não tem ideia de preservação feudalista não adotam mais essa postura. O caminho da fisioterapia hoje é muito diferente da época quando me formei, hoje temos muitos doutores, mestres, artigos em revistas importantes, congressos especializados, boas articulações em serviços, chefias, participação em várias áreas do saber, grupos de pesquisa, intercâmbios, conselhos e associações mais envolvidas com a prática profissional. No entanto o sucateamento da educação tem em algum momento enfraquecido nossa profissão. Temos muitos cursos que foram autorizados e depois reconhecidos sem a mínima condição de funcionamento, com isso egressos sem formação adequada chegam ao mercado de trabalho. Esse fator associado a lógica capitalista do lucro pelo lucro na saúde na verdade é o nosso maior problema.

O que me deixa de fato feliz é ter a certeza que essa profissão que tanto amo, já se estabeleceu como fundamental na vida das pessoas, que mostramos força mesmo nesse momento difícil contrariando a lógica de mercado. Temos muito a avançar principalmente na formação, papel na equipe, e valorização salarial. Não tenho dúvidas que continuaremos avançando, pois as linhas de frente em vários lugares do mundo estão cada vez mais fortalecidas. 

 

 

(SS) Vejo inúmeras possibilidades de interlocução entre o campo da fisio e outros, mesmo fora da área da saúde, numa perspectiva mais interdisciplinar. Como tem se dado a formação desse profissional em nossa universidade? Nela são contempladas essas zonas de contato ou “contágio” com outros campos do conhecimento?

 

(NR) Vejo com muita alegria na nossa universidade as possibilidades de participação interdisciplinar. Temos variadas condições, o discente pode se conectar da forma que mais lhe atrai. Isso para uma formação generalista é fundamental. Formação não apenas como fisioterapeuta, mas como cidadão desse mundo complexo que passa por mudanças rápidas e muitas vezes agressivas.

Tive a felicidade de realizar meu mestrado numa linha totalmente interdisciplinar, sempre afirmo que foi o divisor de águas em minha vida. Passei a enxergar meu paciente, a ministrar minhas aulas, palestras de forma global. Se hoje pretendemos pensar saúde no nível mais amplo da palavra essa intersecção é fundamental. Temos que tirar o foco da doença e colocar na pessoa que tem uma história de vida, que tem aspirações, família, desejos, profissão, que é um indivíduo pleno mesmo que no momento tenha alguma incapacidade. Fato é que essa incapacidade não o define, a doença não o define. Somos o que somos pelo que vivenciamos e que construímos internamente nessa vida, isso não pode estar fora de foco por nenhum profissional de saúde. As técnicas são importantes, mas não é tudo para “tratar” alguém. Também já passou do tempo de achar que humanização é apenas uma parede pintada de cor clara e uma música tranquila, isso suaviza o ambiente, mas não nos transforma em profissionais humanizados.

Sabe o que mudou na minha forma de pensar? Meu mestrado interdisciplinar e uma especialização em docência onde participavam profissionais das mais diversas áreas. Minha graduação foi tecnicista, mas existia uma angústia na minha alma, uma sede que só foi diminuindo quando busquei dentro da humildade não apenas escutar o outro e sim dar atenção ao que ele falava.

Hoje trabalhando na UFBA tenho certeza que temos muito a construir principalmente quando acabamos de formar nossa primeira turma, mas o potencial dessa instituição é enorme e enche os olhos de qualquer um. Tenho projetos de pesquisa e extensão com outros cursos e temos caminhado muito bem. Particularmente temos um projeto de extensão que me faz pulsar que é arte em saúde, onde trabalhamos filmes, músicas, dança, e desenho, para pacientes e profissionais. De que forma a arte pode influenciar meu tratamento, minha formação? Essa é nossa grande questão.

 

 

(SS) Vivemos um tempo de hipervalorização e de uma espécie de “nova disciplinarização” do corpo, para usar uma compreensão foucaultiana. Essa dimensão mais cultural, até filosófica da abordagem ao corpo chega até você de que maneira? O que pode nos ajudar a pensar sobre isso?

 

(NR) Parto da premissa que a integração entre corpo, alma, mente, espírito é fundamental para começar qualquer pensamento sobre o assunto em questão. A minha pergunta é o quanto estamos dispostos a viver nessa dimensão mais cultural e filosófica da abordagem do corpo?

Vivemos uma dualidade, pois a sociedade hoje busca respostas rápidas que tragam um resultado muito mais aparente do que sólido. Em primeiro lugar devemos tentar romper essa barreira saindo da nossa zona de conforto, onde é mais fácil deixar como está do que nadar contra corrente. Um dia desses escutei de um professor que essa história de educação construtivista devia ser aplicada em outros países, pois aqui no Brasil isso era impossível. Não sei se foi cansaço ou por saber que essa era uma batalha já perdida que resolvi naquele momento me calar, e isso nem é o meu perfil. Geralmente converso enfaticamente, busco associar e discutir ideias, mas nesse dia fiquei estarrecido por escutar de alguém com uma formação tão diferenciada algo desse tipo.

Como assim, não permitir que os discentes não participem do processo de construção? Como não dar voz para eles? Como não construir na própria aula e tentar escutar os anseios deles? Escuto com frequência que os alunos hoje são diferentes, que não querem mais nada, que mudou muito das últimas décadas para cá, que temos que encontrar formas punitivas para eles se enquadrarem, que é muito ruim ver professor bonzinho tentando resolver a vida dos alunos. Nunca vi os mesmos professores questionarem suas práticas, somos formadores e dentro da profissão que atuamos uma das prerrogativas é entender nosso momento de trabalho, do ponto de vista cultural, histórico, social. Se esses “meninos” mudaram, será que também não temos que buscar formas de alcança-lo?

A responsabilidade passa por várias instâncias e isso envolve é claro nosso discente, não estou aqui tirando a parte que cabe a eles, mas reforçando que nosso papel dentro da formação do fisioterapeuta tem que avançar com o mundo e não apenas com as publicações de evidência. Ou seja, pensar o corpo além de toda dimensão que até pouco tempo se trabalhava envolve esforço, mudança de paradigma, renovação de nossa forma de atuar, utilizar espaços de diálogos como esse para reflexão, humildade para entender os processos e revisitar nossa prática docente.

Temos que estar abertos a uma visão mais ampla, mais profunda, de certa subjetividade, e de alcance sem fronteiras. Qualquer prática relacionada ao corpo deve em primeiro lugar trabalhar o agente facilitador nessa dimensão mais ampla e que ele possa vivenciar e sentir os frutos dessa experiência. Após isso ao verdadeiramente acreditar no que faz e que esses pilares não são apenas teóricos ou bonitos de ler. Ser o canal dessa ação e se retroalimentar das experiências individuais e assim trazer novos significados a sua ação. 

 

 

ACERVO

 

DIREITOS AUTORAIS

Conjunto de prerrogativas conferidas por lei a uma pessoa física ou jurídica de controlar o uso que se faz da sua obra. Está regulamentada pela Lei 9.610/98. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, usufruir e dispor da obra literária, artística ou científica, dependendo de sua autorização prévia e expressa para que a obra seja utilizada por quaisquer modalidades, dentre elas a reprodução parcial ou integral. Os direitos autorais são divididos, para efeitos legais, direitos morais e patrimoniais. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais: 

Direito autoral, propriedade intelectual e plágio

Silva, Rubens Ribeiro Gonçalves da

 

Os direitos de acesso à cultura e à informação como decorrência da função social do direito autoral

Amarante, Fernanda Machado

 

Pasta do professor: o uso de cópias nas universidades

Rosa, Flávia Goulart Mota Garcia

 

A música baiana e o mercado: a gestão da obra como estratégia de negócio

CASTRO, Armando Alexandre Costa de

 

 

MAMÃO

Também conhecido como papaia ou ababaia, é o fruto do mamoeiro ou papaeira, árvores das espécies do gênero Carica, originária da região Sul do México. É composto por minerais e nutrientes que o tornam um potente aliado da saúde e apresenta uma boa quantidade de vitaminas, como A, C e do complexo B, trazendo benefícios para a fase de desenvolvimento da criança, sistema imunológico, funcionamento dos olhos, síntese do colágeno, entre outros. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais: 

Genótipos melhorados de mamão (Carica papaya L.): avaliação tecnológica dos frutos na forma de sorvete

Santana, Ligia R.R.
Matsuura, Fernando C.A.U.
Cardoso, Ricardo L.

 

Associação de moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) com a "meleira do mamoeiro" (Carica papaya L.)

Nascimento, Antonio S.
Matrangolo, Walter J. R.
Barbosa, Cristiane J.
Marques, Oton M.
Habibe, Tuffi C.

 

Níveis de nitrogênio e a taxa fotossintética do mamoeiro “golden”

Cruz, Jailson Lopes
Pelacani, Claudinéia Regina
Carvalho, José Eduardo Borges de
Souza Filho, Luiz Francisco da Silva
Queiroz, Dyane Coelho

 

PROTOCOLO PARA A EMBRIOGÊNESE SOMÁTICA DO MAMOEIRO

ALMEIDA, ELIANE PIRES DE
OLIVEIRA, ROBERTO PEDROSO DE
DANTAS, JORGE LUIZ LOYOLA

 

Distribuição espacial da meleira do mamoeiro em zonas de trópico úmido e trópico semi-árido

Vidal, Carlos A.
Laranjeira, Francisco F.
Nascimento, Antônio S.
Habibe, Tuffi C.

 

ALERGIA

Reação anormal e específica do organismo após sensibilização por uma substância estranha que não gera problemas em outros indivíduos. Os agentes mais comuns que provocam alergia são os ácaros, mofo (fungos), pelos de animais, esporos de fungos, pólens de flores, alimentos e medicamentos. A alergia manifesta-se através de irritações na pele, nariz ou pelas vias respiratórias e, também, por sintomas como espirros, coriza,coceira, etc. No RI/UFBA você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais: 

Desenvolvimento de modelo experimental de alergia a Blomia tropicalis e suas utilizações em estudos de imunoprofilaxia

Figueiredo, Tiana Baqueiro

 

Associação de polimorfismos no gene do TGF-β1 com asma, marcadores de alergia e infecções helmínticas

Costa, Ryan dos Santos

 

Investigação da prevalência e fatores de risco de infecção por Toxocara canis e estudo de possíveis associações entre esta infecção e alergia

Souza, Rodrigo Fernandes

 

Aspectos clínicos e epidemiológicos da conjuntivite alérgica em serviço de referência

Marback, Patrícia Maria Fernandes
Freitas, Denise de
Paranhos Junior, Augusto
Belfort Junior, Rubens

 

Abordagem laboratorial no diagnóstico da alergia alimentar

Cocco, Renata Rodrigues
Camelo-Nunes, Inês Cristina
Pastorino, Antonio Carlos
Silva, Luciana
Sarni, Roseli Oselka S.
Rosário Filho, Nelson Augusto
Solé, Dirceu