N.113| 7 de outubro de 2014

Nova seção no Alerta

DIÁLOGOS POSSÍVEIS

Em busca do diálogo entre as Ciências

 
 
 
 

A seção Diálogos se destina a fomentar a interação entre pesquisadores/autores, de distintas áreas do conhecimento, que disponibilizam o conteúdo de sua produção no Repositório Institucional da UFBA. Boa leitura!

 

Alerta é uma publicação do Núcleo de Disseminação do Conhecimento (NDC) e destina-se a divulgar a produção acadêmica da UFBA registrada no seu Repositório Institucional. O Núcleo foi criado e é mantido pelo Grupo Gestor do Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia (RI/UFBA). Para mais informações e para acessar todas as edições do Alerta, visite: www.ndc.ufba.br.

 

O professor Pedro Abib (PA) da  Faculdade de Educação Universidade Federal da Bahia (UFBA)  dialoga com a professora Nídia Lubisco (NL) do Instituto de Ciência da Informação da  UFBA.

 

(PA) No mundo contemporâneo, a rápida circulação de informações tem alterado bastante vários aspectos e hábitos da vida cotidiana. Como vc percebe, por exemplo, a questão do livro? O hábito de ler um livro (não me refiro à leitura virtual), de procurá-lo numa biblioteca, sentar e passar uma tarde lendo nesse espaço, ainda é comum?

(NL) No Brasil, temos algumas questões de fundo: do ponto de vista histórico, uma cultura ágrafa; logo, a falta de cultura em usar biblioteca (elas também tardaram a se implantar no país). A própria formação de professores é feita sem biblioteca; e eles formam alunos da mesma maneira. Temos aqui um círculo vicioso. Mas a diversidade de situações do Brasil não nos permite generalizar: há bibliotecas paupérrimas, há excelentes bibliotecas, temos não-leitores e temos leitores. A indústria editorial brasileira é pujante. Claro, inclua-se aí a produção volumosíssima de livros didáticos, mas não se pode desconhecer também a diversidade e quantidade de títulos, tanto nacionais quanto traduções e livros estrangeiros que circulam hoje nas livrarias. Por outro lado, vejo a internet, cujo advento chegou a promover a criação de correntes sobre o fim do livro impresso, mais como uma aliada (não falo por ela em si, mas pela tecnologia que implica). Então, hoje, sabendo ler, gostando de fazê-lo e tendo um poder aquisitivo mediano – estas são outras variáveis determinantes – há incontáveis possibilidades de acesso, tanto pago quanto livre – inimagináveis há 25 anos – a bibliotecas inteiras, obras esgotadas, títulos estrangeiros, tanto em papel, quanto digital; sem contar os livros de segunda mão, encontráveis, via internet, em sebos existentes em qualquer parte do mundo. Então, fechando a resposta: ainda é comum encontrar gente em biblioteca, lendo, mas também consultando a rede mundial.

(PA) Quais as principais transformações que vc vislumbra para um futuro próximo, em relação às questões relacionadas à leitura, a circulação da produção literária e acadêmica e, principalmente, à democratização e o acesso a essa produção por parte da população em geral.

(NL) De um lado, claro está, há uma necessidade premente de termos uma população alfabetizada para poder ser leitora. Por outro, temos cada vez mais mecanismos e iniciativas de acesso. No caso da academia, vejo três movimentos como de grande impacto a médio e longo prazo: a popularização da ciência (e das artes e das letras), os repositórios institucionais (pela sua função de visibilização da produção técnica, científica e artística) e a filosofia de open archives (que tem a ver com os repositórios, mas não só, na oferta de livre acesso a obras de diversos tipos, suportes e conteúdos).

(PA) Falando em produção acadêmica, qual a sua opinião sobre os critérios adotados pela CAPES/CNPQ em relação à avaliação docente, que qualifica o professor apenas pelo número de artigos publicados em determinados periódicos, desconsiderando outros tipos de produção acadêmico-científica-literária-artística?

(NL) Esse é um tema polêmico: se por um lado, os critérios de avaliação por parte das nossas maiores agências de fomento contemplam, incentivam e reconhecem o mérito, por outro podem atuar como uma forma de repressão, de discriminação e que podem, inclusive, levar à mediocridade (sabe-se de produções que se repetem, de um ano para outro, mudando a maquiagem, por exemplo). Qualitativamente, nossa produção cresce, em alguns campos ainda timidamente, mas tanto interna, quanto externamente o Brasil tem uma boa presença (temos muitas áreas científicas de ponta); já quantitativamente, não tenho dados, mas pelo que se lê, não é incomum encontrar “variações sobre o mesmo tema”.

 
ACERVO

Abelha

Insetos que vivem em colônia. Uma abelha adulta tem aproximadamente dois centímetros e seu corpo é dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen. Colaboram para a polinização  das plantas, pois ao se alimentarem nas flores, carregam junto ao corpo o pólen e levam esse pólen para outras flores, tornando possível a reprodução das mais variadas plantas. Vivem agrupadas em colmeias que chegam a comportar até 80.000 e são compostas por uma única rainha, dezenas de zangões e milhares de operárias. As abelhas operárias produzem a geléia real, o própolis e o mel, dentro da colméia, para servir de alimento. No RI/UFBA, você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais:

 

Diversidade e Sazonalidade de Abelhas Solitárias (Hymenoptera: Apoidea) em Dunas Litorâneas no Nordeste do Brasil

Viana, Blandina F.
Silva, Fabiana O.
Kleinert, Astrid M. P.

 

Organização das comunidades locais de Apoidea em uma área de caatinga, Canudos-Ba

Pigozzo, Camila Magalhães

 

Fontes de pólen utilizadas por Apis mellifera L. e algumas espécies de Trigonini (apidae) em Piracicaba (SP)

Carvalho, Carlos Alfredo Lopes de

Marchini, Luís Carlos
Ros, Patrícia Benites

 

Abelhas (Hymenoptera: Apoidea) visitantes das flores do feijão guandu no Recôncavo Baiano, Brasil

Azevedo, Ruberval Leone
Carvalho, Carlos Alfredo Lopes de
Pereira, Luzimario Lima
Nascimento, Andreia Santos do

 

Efeito da heterogeneidade do hábitat sobre a comunidade de abelhas em ambientes compostos por fisionomias de cerrado e cultivos agrícolas da Chapada Diamantina, Bahia

Penna, Uire

 

Trânsito

De acordo com o artigo primeiro, parágrafo 1º da lei de trânsito em vigor no Brasil, “Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.” Leis de trânsito são as leis que regem o tráfego e regulamentam os veículos, enquanto que as leis de estrada são tanto as leis quanto as regras informais que se desenvolveram ao longo do tempo para facilitar e ordenar o fluxo impreciso do trânsito. O trânsito é importante para a economia de um país, por interligar produções industriais ou naturais aos consumidores, através dos meios de transporte. No dia 25 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Trânsito. No RI/UFBA, você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais:

 

Análise dos custos econômicos e sociais dos acidentes de trânsito em Salvador, de 1994 a 1998

Conceição, Ricardo Passos

 

Megaevento natal e as mortes no trânsito

Taffarel, Celi Nelza Zulke

 

Evolução dos acidentes de trânsito em um grande centro urbano, 1991-2000

Oliveira, Zenaide Calazans de

Mota, Eduardo Luiz Andrade
Costa, Maria da Conceição N.

 

Mortalidade por Acidentes de Trânsito: evolução em anos recentes e diferenças regionais na Bahia

Rios, Polianna Alves Andrade

 

Traffic deaths: recent evolution and regional differences in Bahia State, Brazil

Rios, Polianna Alves Andrade

Mota, Eduardo Luiz Andrade

 

Regionalismo

É o conjunto das particularidades linguísticas de uma determinada região geográfica, decorrentes da cultura lá existente. Uma de suas principais expressões é o dialeto. A regionalidade no Brasil é muito diferenciada. Aqui, as principais culturas são as várias culturas europeias, a africana, a indígena e, ainda, a mistura delas. Dado que a povoação do Brasil ocorreu em regiões distintas e distantes entre si – litoral nordestino, litoral fluminense e interior mineiro são alguns exemplos –, o traço cultural de cada região influenciou o próprio desenvolvimento idiomático do português, ao longo da história. Ou seja, em cada região brasileira a língua portuguesa sofreu diferentes influências culturais, incorporando diferentes formas de expressão, que aos poucos deu origem a diferentes dialetos. No RI/UFBA, você encontra diversos trabalhos acadêmicos sobre este tema, entre os quais:

 

O regionalismo fonético e a articulação fundamental na flauta tansversal

Benck, Maria da Conceição Gico Casado

 

Apócope dos fonemas átonos finais [i] e [u] em duas localidades do Centro Sul Baiano: Beco e Seabra

Rolo, Maria do Carmo Sá Teles de Araujo

 

A ordem verbo-sujeito: uma análise sociolinguística da fala popular do interior do estado da Bahia

Santos, Lanuza Lima

 

O sampauleiro: romance de João Gumes

Reis, Maria da Conceição Souza

 

Cartografia da saudade: Eurico Alves e a invenção da Bahia sertaneja

Soares, Valter Guimarães